Decorreu em Évora o 7° Encontro Nacional de História da Ciência e Tecnologia e a nossa investigadora Adriana Guadarrama Sosa apresentou o seu trabalho sobre:
A destruição das dunas costeiras e as epidemias da febre amarela no porto de Veracruz (séculos XVIII e XIX): o papel dos médicos e naturalistas.
Resumo:

Sessão C2: Febre Amarela: perspetivas atlânticas comparadas

A destruição das dunas costeiras e as epidemias da febre amarela no porto de Veracruz (séculos XVIII e XIX): o papel dos médicos e naturalistas

Adriana Guadarrama Sosa – Universidade de Granada

Palavras-chave: dunas costeiras, febre amarela, medicina, naturalistas, saúde, colonialismo, Ve- racruz, México.

A partir da segunda metade do século XVII, as epidemias da febre amarela começaram a ser mais recorrentes e intensas no porto de Veracruz. Essa doença colocava o comércio e as ren- das da Coroa espanhola numa posição de risco, já que Veracruz era o porto mais importante da Nova Espanha. A preocupação por deter estas epidemias chegou até o Rei Carlos III em me- ados do século XVIII. Neste momento não se sabia que o mosquito Aedes aegypti era o vetor que transmite o vírus da febre amarela e os médicos e naturalistas, seguindo a corrente em voga na Europa e com base nos preceitos hipocráticos, procuravam no ambiente as causas desta do- ença. Além das condições precárias da cidade, as dunas costeiras, já vistas previamente como insalubres, junto com as lagoas que nelas se formavam, a umidade e o calor, foram identificados como os causantes da febre amarela. Dita acusação levou a desarear sistematicamente as dunas, o que contribuiu para a destruição quase total deste importante ecossistema costeiro no redor da cidade. Esta comunicação, que inclui avanços da minha pesquisa doutoral, analisará as cone- xões entre ciência e ambiente num contexto colonial e de crise de saúde, para entender a relação histórica entre as dunas costeiras e os humanos em Veracruz (México).